A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso do que temos. Thomas Hardy
Felicidade: quem não quer ser feliz? Esse é o grande objetivo existencial da humanidade. É exatamente isso que nos move rumo aos objetivos da nossa vida. É a nossa grande busca. O grande problema é que pautamos tal objetivo em valores exteriores. Uma vida estruturada no TER. “Serei feliz quando tiver a casa dos sonhos; serei feliz quando conseguir comprar o carro desejado; serei feliz quando tiver a mulher amada; serei feliz quando tiver a estabilidade financeira e emocional...E assim uma felicidade condicionada a coisas e a pessoas. Grande ilusão! E diante de uma sociedade perturbada não basta ter, tenho que parecer. Mostrar, divulgar uma felicidade que na grande maioria das vezes não é real. E dessa forma, parecendo feliz compenso assim a infelicidade.
Uma vida estruturada no TER, faz com que ao atingirmos esses objetivos, a felicidade que acreditávamos estar ali, migra de lugar, fazendo com que entremos em um movimento obsessivo e compulsivo de buscar sempre mais. Nada nos contenta, sempre falta algo e como não conseguimos valorizar e desfrutar das conquistas alcançadas, estamos constantemente insatisfeitos. Uma busca incessante de preencher o vazio da alma.
Assim o tempo passa, os momentos passam, os filhos crescem, a saúde se extingue, o corpo envelhece e o que fica? Uma vida, muitas vezes, bem sucedida do ponto de vista monetário, mas extremamente pobre de sentido, de significado.
Portanto, uma vida feliz deve ser estruturada no SER. Ser quem realmente somos. O mundo pode estar em pedaços, mas se estivermos inteiros internamente, seremos mais felizes. E desta forma, teremos a capacidade de conseguir enxergar a tão almejada felicidade, nas coisas mais simples da vida. Que na grande maioria das vezes não valorizamos, pois o nosso foco está constantemente na falta, sempre naquilo que não temos. No entanto, se objetivo da vida é ser feliz e isso está sim ao alcance de todos, que possamos valorizar e aproveitar aquilo que a vida nos presenteia diariamente. Momentos esses que não voltam. São únicos. Essa é a nossa maior riqueza: O tempo. Que possamos aproveitá-lo da melhor maneira possível e ao final da nossa vida ao olharmos pra trás, com um sentimento de dever cumprido, poderemos dizer: “Minha vida foi uma vida bem vivida; valeu a pena”.
Psicólogo Juliano Cechinel