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Vida antes e depois dos filhos: que saudade de mim!

Muitas mães dizem não se lembrar de como eram antes de seus bebês nascerem, que não lembram mais qual era o sentido da vida naquela época e eu venho pensando ultimamente se me encaixo neste quadro. Você já parou pra pensar nisso?

Pra falar a verdade acho que é tudo uma questão de prioridades, de organização. Nenhum sonho morre de um dia para o outro, talvez nós que colocamos eles na gaveta porque temos um novo mais interessante, ou necessário, ou condizente com o que estamos vivendo em tal momento. Não sou de romantizar muito a maternidade não, eu a amo, tanto que sempre foi o meu maior sonho embora não tão cedo. Portanto tudo que me virem falar de bonitinho quanto a ela, é real. Mas não vou dizer pra vocês que as coisas das quais abdiquei não me fazem falta, não vou dizer que minha vida não tinha sentido antes de o Pedro existir. Ela tinha sim, e admitir isso não me faz ser uma mãe menos louca pelo meu filho do que as que dizem que não.

Uma coisa que sempre me encasqueta é a seguinte: temos a mania de dizer que quando temos filhos, devemos nos colocar em 2° plano. Será? Até que ponto? Acredito que o segredo seja não se deixar levar pelas obrigações que nós escutamos por aí. A maternidade não é a única coisa que podemos exercer em nossas vidas, a partir do momento em que decidimos que somos mães, isso não muda. Mas ser mãe não nos impede de sermos outras coisas, aliás, nem que não quiséssemos, nós somos outras coisas e pronto!

Somos mulheres, seres individuais, que tem sonhos, desejos, somos pessoas. Imagine que antes de nos tornarmos mães muitas coisas nós tínhamos em mente. Algum dia estes bebês que no momento ocupam boa parte da nossa mente e do nosso tempo, se tornarão pessoas; adultas, com sonhos e projetos. Aí então, não deixaremos de ser mães, no entanto veremos que eles agora tem a vida deles independente de nós. Mas e nós, teremos uma vida independente deles? Parece complicado mas é mais simples do que você imagina.

Vou exemplificar para que fique mais claro: antes de engravidar, eu tinha um sonho, grande, complicado, por isso queria seguir o planejamento que eu havia feito para minha vida. No entanto a surpresa chegou e quando me dei conta já não sabia mais se aquele realmente ainda era o meu sonho, se ainda era aquilo que eu queria. Por isso fui seguindo o meu plano B (de mamãe), sem peso na consciência, apenas me dedicando ao meu filho e o colocando em prioridade para tudo o que eu fosse planejar. Quase 2 anos se passaram e desde os últimos meses tenho percebido que algo está fora do lugar, ou melhor, que algo está faltando. Depois de muito refletir e conversar com pessoas que muito bem me conhecem, descobri que estou com saudade daquela Sofia, a que eu era antes de ganhar o Pedro. Saudade dela, dos seus sonhos, das suas ocupações, do que ela vivia e do que ela colhia enquanto cultivava o que mais amava fazer. Estou chorando, cada vez que falo dela fico assim. Tem dias que a saudade é maior, outros em que eu pareço ter superado sua ida.

Mas será mesmo que ela foi? Esses dias me perguntaram o que eu faria se nada pudesse me impedir, se não houvesse nenhum empecilho. Lembrei dela. E percebi então, que ela ainda existe, ainda está aqui. Eu só tinha a trancado em algum lugar depois de ouvir que “agora eu sou mãe, minha prioridade é o Pedro e quando se tem filhos nada mais importa”.

Então eu a resgatei, percebi que as coisas não vão ser bem como eu planejei, mas isso não significa que elas não vão ser. Percebi que a minha maior prioridade é sim o Pedro, mas que pra eu ser a mãe maravilhosa que eu quero ser, preciso estar bem comigo mesma, preciso dar a ele o exemplo de que a gente não deve desistir do que queremos por nada nesse mundo. De que pessoas vão e vem, mas dentre tantas, a única que vai estar sempre conosco, independente do que acontecer, de pra onde formos e de quanto tempo passar é nossa própria pessoa. Portanto é bom que cuidemos dela.  

Com muito carinho, compartilho mais este tópico contigo! Espero que tenha gostado. 

Por Sofia Dessuy

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