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Abre a temporada de colheita nos Vales da Uva Goethe

Urussanga

Um patrimônio cultural. Assim, é considerada a uva Goethe em Urussanga. A fruta, trazida pelos imigrantes italianos que colonizaram o Sul de Santa Catarina, mantém viva a tradição dos antepassados. Os extensos parreirais da região, beneficiados pelas condições geográficas, são reconhecidos em todo o mundo pela singularidade, sabor e qualidade da variedade. Tradicional período de colheita também abre espaço para fortalecer o turismo e a gastronomia.

A maior parte territorial de produção da uva Goethe fica em Pedras Grandes e Urussanga. São aproximadamente 60 hectares destinados aos parreirais da fruta. Na safra deste ano, estima-se mais de 800 toneladas, um pouco a menos do que em 2021. O clima foi favorável à qualidade da fruta.

“É um ano com pouca chuva e isso favoreceu bastante a qualidade. A uva conseguiu ter uma maturação mais adequada, com mais açúcar. Então, a expectativa é que seja uma safra que vá produzir vinhos de excelente qualidade. Em contrapartida, a produção vai ser menor. Em função disso, o cultivo rende menos em quilos, mas vai compensar na qualidade”, comenta o técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Emílio Della Bruna.

Em Urussanga, a produção da uva na pousada Vale dos Figos teve início em 2018, através da paixão do cultivo pelo patriarca da família, João Otávio De Pellegrin. Hoje, ao longo dos 70 hectares de terra, existem, além das plantações de figo e outras frutas, cachoeiras, bangalôs para turistas e visitantes se hospedarem, cerca de cinco mil pés de Goethe. A plantação é dividida, com mudas plantadas há três, dois e um ano.

“Tudo teve início com o meu pai. Ele tinha o sonho de ter a própria parreira em função do que havia vivido com seus avós, que produziam vinho em Urussanga. Inclusive, a minha nona era a responsável por fornecer para as igrejas da cidade. Então, ele tinha essa memória, porque todas as casas tinham parreirais. Depois que se aposentou, começou a se dedicar exclusivamente ao sítio”, comenta a filha e empresária, Giovanna De Pellegrin.

“Por causa desse sonho, eu e meu marido abraçamos a causa junto com meu pai, já que amamos a natureza, resolvemos assumir esse projeto, em 2018. Nessa época, a prefeitura tinha um projeto bem bacana, em parceria com agricultores interessados em desenvolver e reativar essa cultura do plantio de uva na região. Eles, inclusive, entraram com um valor de subsídio das mudas. A Epagri também foi parceira”, completa Giovanna.

Desde então, a família atua no cultivo da variedade. Neste ano, pela primeira vez, a plantação será destinada à produção de vinho. “O vinhedo, para estar pronto para produzir, ele precisa ter três anos. Então, a nossa primeira colheita oficial vai ser no parreiral norte. Nós temos o sul, que tem dois anos de existência e os terraços, com apenas um ano de plantio. Nos dois primeiros anos, a gente descarta a uva para fortalecer e desenvolver a planta. A partir disso, ela começa a produzir frutos para produção”, explica Giovanna.

Segunda a empresária, a escolha pela produção da uva Goethe foi pelo peso cultural e histórico que ela representa ao município. “Tem um potencial muito grande, sem contar o sabor dela. Essa escolha foi em função da valorização da uva da nossa terra, que se adapta tão bem ao nosso solo, ao nosso clima. Como meu pai está aposentando, ele se sente realizado. Para nós, é um orgulho”, enfatiza.

A expectativa é que no ano que vem, a parreira sul, que tem dois anos de plantio, também esteja pronta para produzir frutos destinados ao vinho. ”Provavelmente, no próximo ano, vamos repondo o que precisar com novas mudas que fizemos”, comenta Giovanna. “O parreiral é um ser vivo, exige muito trabalho, atenção, cuidado e carinho. A gente também está sempre dependendo do tempo e uma série de fatores que interfere”, completa.

A primeira produção da pousada Vale dos Figos ainda não tem uma quantidade estimada. “Nós vamos fazer uma parceria com a Vitivinícola Urussanga, da família Damiani, que vai processar os vinhos para nós, com as nossas uvas. Lá para junho, julho, ficará pronto. Até esse período, a gente vai desenvolver algum rótulo. Será para consumo próprio e dos nossos hóspedes. É só mais um diferencial. Não é um comércio para supermercados”, frisa Giovanna.

O cuidado com a produção é visível na propriedade da família De Pellegrin. Os detalhes impecáveis do fruto demonstram a qualidade do cultivo. “A gente procura usar o mínimo possível de agrotóxicos. O parreiral tem alguns controles que precisam ser feitos pelas pragas, mas tentamos usar pouco para ficar o mais próximo possível do orgânico, já que o nosso objetivo, da pousada Vale dos Figos, é ser ecologicamente corretos”, enfatiza.

Além do próprio cultivo da uva durante o mês de janeiro, o turismo também é explorado nesse período. “A partir da Vindima, os hóspedes e visitantes podem vir passar o dia [na pousada], algumas horas no parreiral, e ter a experiência de colher e pagar pelas uvas ou fazer um piquenique sobre as parreiras. A gente que vive aqui sabe a energia boa que é estar aqui, essa paz com a natureza”, finaliza Giovanna.

Região é contemplada

O território Vales da Uva Goethe compreende os municípios de Urussanga, Pedras Grandes, Cocal do Sul, Morro da Fumaça, Treze de Maio, Orleans, Nova Veneza e Içara. A Associação dos Produtores da Uva e do Vinho Goethe (ProGoethe) reúne a cadeia produtiva com o objetivo de elevar a imagem deste produto distinto e raro a fim de preservar, por meio do cultivo desta tradição feito por pequenos produtores, a identidade e cultura de descendentes de italianos no sul de Santa Catarina através da vinificação e harmonização com a gastronomia típica local.

Evento deu início às festividades

A abertura oficial da 14ª Vindima Goethe foi realizada na quinta-feira, dia 6, na pousada Vale dos Figos. O ato foi prestigiado por autoridades, produtores, vinicultores e convidados.

“Estamos muito felizes e satisfeitos. A união das vinícolas, dos restaurantes, dos pubs, das pousadas e hotéis, fará desta Vindima, um momento histórico e importante para todos nós. Os turistas já estão se mobilizando para nos visitar e para prestigiar as belezas naturais e a vitivinicultura de nossa região. Queremos agradecer a cada órgão envolvido e convidar a todos para viver essa experiência incrível nos Vales da Uva Goethe. Estamos prontos para receber cada turista de uma forma acolhedora, única e especial”, comemora o presidente da ProGoethe, Gilmar Trevisol.

Atrações culturais e gastronômicas

A 14ª Vindima Goethe se estenderá até o dia 30 de janeiro com ritual da pisa das uvas, colheita, gastronomia típica nos restaurantes, degustação de vinhos, visitação às vinícolas, manifestações artísticas e culturais na Praça Central de Urussanga. Haverá também atendimento diferenciados em estabelecimentos. Cada atração acontecerá em dias específicos e sob agendamento. A programação completa pode ser acessada no Instagram dos Vales da Uva Goethe (@valesdauvagoethe).

Programação 14ª Vindima Goethe:

VINDIMA NA PRAÇA

14/01: Missa “As mãos que colhem” – Orquestra Municipal – Tombo da polenta – Savi Fratelli / a partir das 18h30

15/01: Savi Fratelli – Gastronomia – Animação típica / a partir das 18h30

PASSEIO DE TREM

22 e 22/01: Saída de Urussanga – Músicas típicas e degustação de vinho (incluso almoço)

Fonte: Assessoria de Imprensa

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