Recordar é viver? Sim, mas viver também é recordar, especialmente quanto existe oportunidade de “beber gotas homeopáticas” da sabedoria” de uma verdadeira “enciclopédia viva”, como é o caso do presidente e fundador da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Araranguá; radialista, escritor e ex-prefeito de Araranguá, Osmar Nunes. Ele governou o município entre 1966 e 1970.
Pois bem, esse encontro com o mestre Osmar Nunes ocorreu na quarta-feira, 10 de fevereiro. Era fim de tarde e ele, com o discernimento de um octogenário, organizava a mudança de endereço da Associação dos Aposentados, cuja sede agora está situada em frente ao Comércio Popular Municipal de Araranguá, na Avenida 7 de Centro, Centro. Perfeccionista, Osmar cuidou de cada detalhe da logística dessa operação, além do transporte de materiais, móveis e equipamentos, planejando meticulosamente a ocupação do novo espaço.
Essa missão, no entanto, não impediu que o ex-prefeito fizesse uma pausa, cumprimentando este humilde jornalista e interagindo numa rápida resenha, sempre respeitando às normas sanitárias decorrentes da pandemia, o que justifica a improvisação na fotografia.
Cedendo por novidades e atento aos temas cotidianos, Osmar ponderou sobre o impacto da Covid-19, comentou sobre o uso da tecnologia no jornalismo e, de maneira extremamente educada, concebeu recomendações. Estava preocupado com o amigo, afinal de contas há quase um ano não dialogávamos pessoalmente...
Enfim, esse é Osmar Nunes, um protagonista na história de Araranguá, que esbanja conhecimento, sem jamais esquecer-se de colocar no lugar do outro. E é justamente pelo ímpar comportamento, que, ele nunca perdeu a majestade, tanto assim que entrou e saiu do Paço Municipal mantendo características como personalidade e humildade. A qualidade de sua gestão ficou eternizada no tratamento com os cidadãos e nas obras executadas.
Osmar constitui-se num raro exemplo no combalido meio político e também na vida. Embora tenha exercido só um mandato, ele diz que seguiu seu plano, cumpriu o ciclo, sentindo-se satisfeito pelos resultados alcançados.
Enquanto prefeito, Osmar - que incrivelmente ainda não recebeu o título de Cidadão Araranguaense - teve a oportunidade de fazer várias realizações como, por exemplo, o acordo que oportunizou a instalação do Colégio Murialdo em Araranguá, a criação do Samae, à abertura da Avenida Beira Rio (Coronel Apolinário Pereira) e a elaboração do projeto e desapropriação de propriedades que resultou na construção da Avenida 7 de Setembro.
Falar sobre Osmar Nunes é literalmente chover no moldado! Elegendo-se na campanha eleitoral, que ficou popularmente batizada na disputa do “tostão contra o milhão”, foi o prefeito mais jovem assumir o governo do município, aos 27 anos de idade. O projeto representou uma ousadia e tanto, numa época caracterizada pelo conservadorismo.
Foi durante a gestão do visionário Osmar - um homem à frente do seu tempo - que houve a propagação do cognome “Araranguá, Cidade das Avenidas”. “Até então só se ouvia falar em cidade balnear, o que não descrevia a realidade local, pois o município era elogiado por possuir uma malha urbana projetada, a partir do projeto urbanístico desenvolvido pelo Engenheiro Mesquita.
Cidadão participativo e líder comunitário, o ex-prefeito é escritor, foi vice-presidente da Academia Araranguaense de Letras (ALA).
De escritor, a personagem da vida real e protagonista, todos os dias, Osmar Nunes ajuda a escrever novos capítulos na história de Araranguá... Escutar suas histórias, ensinamentos, opiniões e causos não são apenas privilégio, mas sim um dever de cada cidadão que deseja conhecer Araranguá, ampliar horizontes e compreender política.