Problemas na produção de carros novos aumentaram a procura pelos carros usados – que tiveram aumento de preços na tabela Fipe. Ao contrário do que normalmente acontece, em 2022, o valor dos seminovos cresceu.
Com o começo do ano novo, chega a hora de pagar os tradicionais e rotineiros impostos. Se você é dono de um veículo, fique sabendo que o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) teve um reajuste de mais de 20% em Santa Catarina. São diversos fatores que levaram a esse aumento nos preço do tributo e o principal deles é a pandemia da Covid-19. Com o avançar da doença, diversos setores se viram obrigados a paralisar, parcial ou totalmente, as atividades. Inclusive as fábricas de semicondutores, responsáveis por materiais presentes nos carros.
Por conta disso, as próprias montadoras se viram na necessidade de paralisar ou diminuir a produção. Além disso, a ausência ou dificuldade de encontrar peças influencia diretamente no custo. Isto porque, ao ter muita procura por um item com baixa produção, é possível que o preço aumente, o que faz com que o valor final de um veículo produzido no atual cenário cresça também.
Com a diminuição da produção e as longas filas de espera que surgiram para carros zero quilômetro, quem deseja um carro precisou encontrar uma forma de encontrar o veículo. A solução foi procurar por modelos seminovos, com menos de três anos de fabricação. “É o caso da oferta e procura. Com a falta de carros zero no mercado, as pessoas que iriam trocar de carro acabaram procurando o seminovo e isso fez com que o preço deles aumentasse. Agora se reflete no valor do IPVA”, diz o economista e professor da Unesc, Thiago Fabris.
Carros não perderam valor de mercado
Ao contrário do que normalmente acontece, em 2022, o valor dos carros seminovos aumentou. Como o IPVA é calculado a partir do valor atual do veículo, o imposto também subiu. “Essa é uma situação anormal, porque, geralmente, os carros perdem valor, de um ano para o outro, o que não aconteceu agora”, destaca Fabris.
O IPVA não é o mesmo para todos os automóveis. Ele funciona da seguinte maneira: cada estado cobra uma determinada porcentagem sobre o valor de mercado do veículo, que é definido pela Tabela Fipe. Dessa forma, o preço de mercado do carro influencia diretamente no valor do tributo. É por esse motivo que carros mais caros têm IPVAs mais caros. No caso de Santa Catarina, a alíquota do IPVA é de 2% sobre o valor de mercado para os veículos de passeio em geral.
A melhor forma de pagar o IPVA, para quem tem dinheiro guardado, é a vista, em janeiro, em cota única. Assim, já fica saldada uma despesa de início de ano.
Fonte: TN Sul/ Texto: Tiago Monte