Durante a 15ª sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Araranguá, realizada na quarta-feira (09), foi aprovada por unanimidade uma Moção de Apelo aos parlamentares catarinenses – deputados federais e senadores – para que intensifiquem a cobrança junto ao Governo Federal e ao DNIT pela execução urgente de obras no trecho do Morro dos Cavalos, na BR-101.
A proposta partiu da Comissão de Viação, Transporte, Obras, Administração e Serviços Públicos, presidida pelo vereador Juliandro Jacques e foi defendida em plenário pelo vice-presidente da Comissão, vereador Nelson Soares, que destacou na Tribuna os riscos e prejuízos causados pela atual condição da rodovia.
“Subo nesta tribuna não apenas como parlamentar, mas como cidadão preocupado com a segurança, a mobilidade e o futuro de nossa gente”, afirmou Nelson. Segundo ele, embora a duplicação da BR-101 tenha representado um avanço em determinado momento, a solução adotada se mostrou frágil tanto do ponto de vista geotécnico quanto estratégico.
O vereador criticou a ausência de um planejamento de longo prazo que previsse alternativas mais seguras para o trecho, como a construção de um túnel ou alça de contorno ao redor do morro, e alertou que a via continua registrando deslizamentos, interdições emergenciais e acidentes, mesmo após as obras de duplicação.
“Araranguá, cidade diretamente conectada a essa rodovia, sente os impactos diariamente – no transporte de mercadorias, no deslocamento de trabalhadores e até no tráfego de ambulâncias e atendimentos de emergência”, pontuou.
Soares destacou ainda o recente acidente envolvendo um caminhão-tanque que deixou pelo menos cinco feridos e cerca de 25 veículos queimados. Para ele, trata-se de um reflexo trágico de uma obra com alto custo social, econômico e humano.
Ele citou estimativas de que cada boca do túnel custaria cerca de R$ 1,2 bilhão, valor que, segundo o vereador, deve ser ponderado diante do impacto das perdas humanas e econômicas causadas pela insegurança permanente na rodovia. “Quanto custa uma vida perdida? Quanto custa a paralisação de uma região por horas ou dias?”, questionou.
Encerrando sua fala, o vereador defendeu que a construção do túnel seja tratada como uma necessidade de Estado, exigindo esforço federal, respeito à legislação ambiental e diálogo com as comunidades indígenas.
“É uma obra complexa, mas que não pode mais ser adiada. Faço aqui um apelo público para que o Governo Federal, o DNIT, o Congresso Nacional, a bancada catarinense e os governos locais unam forças para destravar esse projeto. Cobraremos um cronograma.”
