Se no passado era a esquerda nacional que se fragmentava em inúmeras correntes, facilitando a vitória da direita, na disputa pela Presidência da República, na atualidade está acontecendo justamente o contrário. A esquerda enfrentará 2026 unida em torno do nome do presidente Lula da Silva (PT).
Já a direita conta com um rosário de pré-candidatos, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem se dito postulante ao Palácio do Planalto, mesmo estando inelegível até 2030.
No entanto, não faltam nomes dentro de seu partido para substituí-lo na corrida sucessória presidencial, a exemplo de sua esposa Michele, e de seu filho, Eduardo Bolsonaro.
Mas a lista de nomes desejosos por uma disputa presidencial é muito mais extensa que isto, e contempla figuras como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Rep); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) e de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Dentro do PSD também é lembrado o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, radicado eleitoralmente em Minas Gerais.
As múltiplas pré-candidaturas da direita são um erro crasso, quando o assunto é estratégia política.
Os que estão envolvidos diretamente no processo podem até imaginar que, lá na frente, basta os mais fracos desistirem para o candidato mais forte e tudo se resolverá.
O problema é que a tal transferência voluntária de votos não é algo tão simples assim, e, em muitos casos, tem um efeito justamente contrário.
Na eleição presidencial de 1989, por exemplo, Fernando Collor de Mello (PRN), com 30%, e Lula da Silva (PT), com 17%, foram para o segundo turno. Lula conquistou apoios importantes, que matematicamente lhe renderiam 52% dos votos na segunda etapa da eleição. Abertas as urnas, no entanto, ele fez 47%, contra 53% de Collor de Mello.
Naquela eleição, a direita estava praticamente unida em torno de Collor, tendo como apêndices as candidaturas de Paulo Maluf (PDS) e Affif Domingos (PL).
Já os sociais democratas contavam com Lula, Leonel Brizola (PDT), Mário Covas (PSDB), Ulysses Guimarães (PMDB), Roberto Freire (PCB), Fernando Gabeira (PV) e por aí afora.
Na ponte entre o primeiro e o segundo turno, a chamada esquerda perdeu mais de 3 milhões de votos, o que assegurou a vitória da direita.
A explicação para isto é bem simples: naquela ocasião, a direita tinha uma identidade quase única, representada por Fernando Collor de Mello, enquanto a esquerda tinha um candidato para cada gosto.
O que a direita está fazendo agora, é o que a esquerda fez no passado, quando tentou atirar para todos os lados, para ver o que sobrava no fim do caminho.
O fato é que em sucessivas eleições presidenciais, não sobrou foi nada.
Finais
Deputado federal Rafael Pezente, do MDB catarinense, passou a defender abertamente que o deputado estadual Antídio Lunelli (MDB) seja candidato ao Governo do Estado ano que vem.
De acordo com ele, seu partido não pode se esconder do eleitor, aceitando, por exemplo, ser candidato a vice de uma outra legenda, sem ao menos saber se um projeto autoral ao governo teria viabilidade no pleito de 2026.
Para o parlamentar, somente depois de exauridas as possibilidades de emplacar um candidato próprio ao governo, é que o MDB deveria começar a discutir a possibilidade de ser vice de alguém.
Em princípio, Antídio Lunelli é o nome do MDB para concorrer ao comando do governo, ou a vice-governadoria.
O segundo, na linha sucessória interna do partido é o deputado federal, e atual Secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini.
Passará por um destes dois nomes o projeto majoritário dos emedebistas na eleição estadual que se avizinha.
Pesquisa Data Folha, realizada junto a 3.054 eleitores, em 172 municípios do país, entre os dias 1º e 3 de abril, apontou que 56% dos brasileiros são contra anistiar aqueles que participaram de atos de depredação na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.
Do total de pesquisados, 36%, no entanto, acham que as penas que têm sido aplicadas são muito altas, e deveriam ser revertidas.
Até agora o Supremo Tribunal Federal já condenou 480 pessoas que participaram de tais atos, das quais, 155 estão presas, condenadas a penas de até 17 anos de prisão.
É interessante observar que o percentual de pessoas contrárias a anistia tem diminuído com o passar do tempo.
Quando este tema começou a ser debatido, em meados do ano passado, 63% não queriam a anistia.
O percentual caiu para 62% no final de 2024 e agora está em 56%.
Tal queda tem, dentre outros fatores, condenações exageradas, como a da cabelereira Débora Santos, condenada a 14 anos de prisão por conta de uma frase feita com batom em uma estátua na frente do STF.