Pré-candidato ao Governo do Estado pelo União Brasil, ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, participará hoje à noite, em Sombrio, de um encontro regional de seu partido. O evento acontecerá no Sombrio Tênis Clube, a partir das 19h30min. Em princípio, Gean está fechado com o PSD, para a disputa majoritária. Os pessedistas tem a sua disposição as vagas de candidato a vice-governador e de Senador da República, que já está reservada ao ex-governador Raimundo Colombo (PSD). Há, ainda, negociações em andamento com o Progressistas, para que o partido se encaixe como vice de Gean Loureiro, tese que enfrenta resistências dentro do PSD. Em nossa região o União Brasil não deverá ter candidato a deputado estadual, nem a federal. O partido, em nível regional, deverá fechar com a candidatura do ex-prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo (União), à estadual, e, provavelmente, com alguma candidatura a federal também da região carbonífera. Ricardo Ghellere, advogado de Araranguá que era pré-candidato a estadual pelo União, se retirou do processo, objetivando facilitar a vitória de Márcio, para quem trabalhará no pleito eleitoral deste ano.
Dário já é considerado carta fora do baralho
Senador Dário Berger (PSB) começou a ser fritado dentro da Frente Democrática, grupo político que reúne oito partidos de esquerda em Santa Catarina. O fato é que Dário tem uma visão em relação a esquerda que é totalmente diferente daquela que a esquerda tem dele. Na sua visão, o fato de ser senador da República, de ter deixado o MDB e migrado para o PSB com o propósito de concorrer ao Governo do Estado, e, principalmente, por estar mais afinado com a média do pensamento político catarinense, o credencia, naturalmente, a disputar o governo. A esquerda, por sua vez, acredita que Dário não é o melhor nome para esta empreitada por um simples motivo: ele não é de esquerda.
Paralelo a esta situação, a Frente Democrática deu até o dia 31 de maio para que Dário e Décio Lima (PT) se entendam quanto a quem será o candidato do grupo ao governo. Todo mundo já sabe que não haverá entendimento e que Décio deverá ser escolhido pelo grupo para disputar a governadoria logo adiante. Também já é sabido que Dário não irá querer disputar como candidato a vice de Décio, e que esta vaga será oferecida da Jorge Boeira (PDT). Dário, então, focará na disputa ao Senado, mas a esquerda, novamente, deverá derrotá-lo, indicando, provavelmente, Afrânio Boppré, que é filiado ao Psol, para disputar a vaga.
O fato é que Dário saiu do MDB, veio para o PSB, mas continua com seu modus operand político à moda PFL. O senador, por exemplo, não foi ao lançamento da pré-candidatura de Décio Lima ao Governo do Estado, ocorrida no último sábado em Florianópolis. Não demonstrou o tão solicitado companheirismo esquerdista. Com estas, e outras ações, passa a impressão de que se acha o único capacitado para o cargo de governo pela esquerda catarinense. Com isto, acaba se isolando.
A grande verdade é que Dário Berger deu um grande tiro no pé ao sair do MDB. Lá enfrentou o mesmo problema: queria ser escolhido como candidato natural do partido ao Governo do Estado. Não aconteceu no MDB e não acontecerá na Frente Democrática, por um motivo bastante simples: política, antes de qualquer coisa, sugere entrosamento, discussão interna, cessão, desprendimento, e muita, muita paciência. O senador está certo. Também acredito que ele traria um melhor resultado eleitoral a esquerda catarinense, na disputa pelo governo, do que trata Décio Lima. A lógica sugere isto. Todavia, lógica e política partidária são praticamente inimigas.
MDB mantém lançamento de Antídio, mesmo sob protestos
Mesmo com 82 prefeitos emedebistas tendo assinado manifesto de apoio à candidatura à reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, que é o pré-candidato oficial do MDB ao Governo do Estado, manteve o lançamento de sua pré-campanha para o dia 11 de junho, em Curitibanos. A aposta de Lunelli é bastante simples. Ele acredita que a partir do início de julho, quando o Governo do Estado não poderá mais firmar convênios com as prefeituras por questões legais, os prefeitos do MDB começarão a voltar para o ninho do partido, se irmanando a sua campanha ao governo. Antídio também acredita que o governo estadual não conseguirá cumprir com todos os repasses prometidos aos prefeitos do MDB, o que aumentaria o contingente daqueles que se agregariam a sua campanha. O fato é que o próprio MDB já está ciente de que não conseguirá unidade partidária para 2022. Cenário parecido com o de 2018, que custou a exclusão de Mauro Mariane (MDB) do segundo turno da eleição estadual. Afora isto, MDB que está com Moisés precisa ficar atendo. Segundo turno em Santa Catarina será francamente bolsonarista.