Pacientes participam de reuniões de apoio e são acompanhados por uma equipe multidisciplinar durante 18 meses após o procedimento
Mais de 100 vidas transformadas pela saúde pública.
A missão do Instituto Maria Schmitt em proporcionar um serviço de qualidade, através de uma estrutura moderna e uma equipe multidisciplinar qualificada, têm mudado a vida de quem tanto sonhou pela cirurgia bariátrica.
Desde o dia 22 de abril de 2024, o Hospital Dom Joaquim, administrado pelo IMAS, vem realizando cirurgias bariátricas via videolaparoscopia pelo SUS, contabilizando 107 procedimentos até o dia 04 de setembro, atendendo a uma demanda reprimida da macrorregião sul de Santa Catarina.
A felicidade estampada no rosto não nega a realização de um sonho. Auto-estima recuperada, disposição e, claro, a saúde sendo restabelecida.
Essas são as expressões de pacientes que já fizeram a bariátrica e estavam participando do encontro mensal realizado pela psicóloga Cinthia Roth e a nutricionista Francielly Fabris.
Elas comandam a roda de conversa para tirar dúvidas, trocar experiências e encaminhar possíveis queixas individuais para novos exames.
“Nosso encontro tem o objetivo de acompanhar o processo, saber as dificuldades, ouvir depoimentos e apoiar uns aos outros. A bariátrica muda o paladar, muda a emoção.
A reação dos alimentos é diferente para cada pessoa. Cada organismo é único e é preciso respeitar.
Por isso, conversamos em conjunto para deixar claro que o processo de emagrecimento de cada paciente acontece de forma muito particular”, destacou a nutricionista Francielly.
Conforme a psicóloga Cinthia, a motivação vem do incentivo da rede de apoio.
“Essa roda de conversas é fundamental neste processo.
Nossos encontros trazem motivação para os nossos pacientes continuarem firmes nesta caminhada em busca do objetivo,” complementou a psicóloga.
O motorista Anderson Martins Paulino, 46 anos, morador de Imbituba, começou o processo em janeiro nas consultas com o cirurgião. Precisava realizar o procedimento já que tinha pressão alta, diabetes e pesava 144,7kg.
“Fiz exames, consultas e no dia 31 de maio realizei a bariátrica. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, não me arrependendo nenhum segundo.
Foi uma benção, tanto para saúde física como mental.
Minha autoestima é outra. Hoje estou pesando 104kg e estou ótimo. Adquiri novos hábitos na alimentação, novos horários para as refeições e estou repondo vitaminas que faltavam. Uma nova vida.
Tomava remédios para dor nas articulações, como no joelho e quadril devido ao sobrepeso, e para pressão. Hoje não tomo mais. Me sinto outra pessoa.
Tomo banho sozinho, coloco o meu calçado sem ajuda. Tenho independência”, contou Anderson, ressaltando que seus novos hábitos também motivaram toda a família e até contribuiu na economia do lar.
“A minha esposa me acompanha na alimentação e os meus filhos estão indo neste mesmo caminho.
É automático, a família também absorve os novos hábitos.
Sem contar a parte financeira, pois reduzimos os gastos com o mercado e até o gás está durando mais.”
Acompanhando Anderson, Deyse Lúcia de Carvalho, diz que está muito feliz com essa nova fase de vida do marido.
“A bariátrica mudou a vida da família. E estamos agradecidos pela equipe do Hospital.
Aqui as pessoas são maravilhosas, desde a internação, os médicos, os demais profissionais que nos acompanham.
O atendimento é excelente”, frisou.
Karoline Nogaredo da Silva, de 31 anos, foi a primeira a realizar a bariátrica no Dom Joaquim em abril.
Ela chegou a pesar 170 kg, e hoje comemora os 47 quilos eliminados após o processo da bariátrica.
"É outra vida.
Eu achava que ia ser mais difícil. Estou pesando 123 kg.
Hoje eu consigo brincar com a minha filha, me movimentar, me abaixar, então isso para mim é uma vitória.
Acordo mais cedo, tenho mais disposição. Antes eu só queria ficar deitada.
Além disso, esses encontros com outros pacientes estão sendo muito importantes para a troca de experiências e tem me ajudado no processo.
Sou muito agradecida a toda equipe multidisciplinar pelo apoio desde o começo dessa trajetória na luta contra a obesidade", declarou Karoline que é moradora de Tubarão/SC e chegou a ficar 3 anos e meio na fila para o procedimento.
Acompanhamento vai além da cirurgia
Conforme Dr. Marcos Eduardo Mezzomo, médico cirurgião responsável pelos procedimento, a bariátrica envolve uma equipe multidisciplinar que trabalha de forma integrada para o sucesso do procedimento.
“Todo paciente da bariátrica tem que passar por essa equipe que é composta pela nutricionista, psicóloga, endocrinologista, cardiologista e até anestesiologia, para estarem aptos à realização da cirurgia.
Após os resultados de exames e a avaliação do paciente é definido a técnica, bypass ou sleeve, que são as mais consagradas na área.
Além disso, o grande diferencial do procedimento está na técnica minimamente invasiva utilizada, a videolaparoscopia, a qual conta uma microcâmera ligada a um monitor permitindo a realização da cirurgia sem cortes.
Uma modernidade que o IMAS investiu para a população”, enfatizou D. Marcos.
De acordo com Cinthia Roth, o processo da bariátrica vai além da cirurgia. Há etapas importantes no pré-operatório e após mais 18 meses com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
“O processo para quem precisa fazer a cirurgia bariátrica começa no Posto de Saúde do município de origem do paciente.
Ele consulta com o médico que avalia a necessidade de realizar, conforme o seu estado de saúde, o Índice de Massa Corporal (IMC) e comorbidades associadas.
O profissional então o encaminha para a fila de espera da Central de Regulação do Estado. A partir daí, o Hospital Dom Joaquim recebe o paciente dando o encaminhamento para a realização da bariátrica.
A primeira consulta é com o médico cirurgião, que direciona para uma equipe multidisciplinar com psicólogo, nutricionista, e também solicita diversos exames laboratoriais e de imagem, como endoscopia, eco doppler, eletrocardiograma, tudo feito pelo SUS dentro da nossa unidade.
Após isso, com os laudos das profissionais aprovados e os exames sem nenhum problema é realizada a cirurgia”, explica.
Para ela, a bariátrica é um procedimento que necessita de uma rede de apoio.
“Estamos proporcionando mais saúde e autoestima aos nossos cidadãos, pois obesidade também traz consigo outras comorbidades, como hipertensão, diabetes, esteatose e desajustes psicossociais.
Nossos encontros visam oferecer acolhimento para oferecer qualidade de vida à nossa população através da rede pública que é resolutiva, eficaz e humanizada”, finalizou.