O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), capitaneou um encontro suprapartidário promovido por ele, que reuniu, no último final de semana, em Itapema, líderes do PSD, seu partido, bem como do MDB, Progressistas, União Brasil e Novo.
Vários líderes desses partidos aqui no Sul do Estado participaram do evento promovido por João Rodrigues, mas principalmente aqueles ligados ao PSD.
Na ocasião, o prefeito de Chapecó ressaltou que fará o lançamento de sua pré-candidatura ao Governo do Estado em sua cidade, no próximo dia 22 de março, que é o dia de seu aniversário.
O PSD está tentando formar um grupo político que agregue diversos partidos de oposição ao governo de Jorginho Mello (PL), ou que estão na situação por mera comodidade ou oportunismo.
Nesse sentido, o foco está centrado principalmente no MDB, Progressistas e União Brasil, que estão no governo, mas também não estão ao mesmo tempo.
Há poucos dias, por exemplo, o MDB, que ocupa a Secretaria de Estado da Infraestrutura, promoveu uma reunião para deliberar sobre a permanência ou não do partido na base de sustentação do governo de Jorginho.
Dos oito deputados do partido com direito a voto, quatro se posicionaram pela permanência e outros quatro pela ruptura, um claro indicativo de que o MDB está com um pé e meio fora da gestão estadual.
O grande problema do PSD, e neste sentido, leia-se de João Rodrigues, é conseguir aglutinar na mesma aliança tantos partidos numa só coligação majoritária.
Se o prefeito de Chapecó de fato disputar o governo, ele teria a ofertar às demais legendas a vaga de vice e duas vagas ao Senado Federal.
Todavia, apenas dentro do próprio PSD já existem candidatos de sobra para esses cargos, a exemplo do ex-governador Raimundo Colombo, do ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, e do ex-deputado federal Paulo Bornhausen.
Como acomodar, então, as pretensões dos caciques do MDB, Progressistas e União Brasil!?
Claro que o processo político é uma construção, no mínimo, de médio prazo, e ao longo dos próximos 18 meses João Rodrigues poderá fazer tratativas que acabem contentando gregos e troianos que estão orbitando seu projeto.
O mais provável, no entanto, é que o governador Jorginho Mello consiga manter junto a si pelo menos o MDB ou o Progressistas, se não os dois, por conta do poder de fogo de sua artilharia governamental.
O que chama a atenção no governo de Jorginho, a bem da verdade, é o fato de ele não ter começado a usar ainda esta artilharia, disparando, no máximo, ao longo dos últimos meses, fogos de artifício que não tiveram nenhum efeito prático no meio político catarinense.
Como resultado, neste momento, ele mantém como seus aliados de primeira linha os mesmos políticos que já o apoiaram no primeiro turno em 2022, ressaltando-se algumas baixas, compensadas com algumas adesões, mas nada que lhe garanta uma segunda vitória sem alianças, como a protagonizada em sua primeira eleição.
Finais
Dois ex-prefeitos de nossa região parecem querer disputar a eleição para a presidência da Cersul, a cooperativa de eletrificação que atende os municípios de Turvo, Ermo, Meleiro, Morro Grande e Timbé do Sul, além de algumas áreas de Araranguá, Sombrio, Nova Veneza e Forquilhinha.
Um deles é o ex-prefeito de Meleiro, Eder Mattos, que encerrou seu segundo mandato no último dia 31 de dezembro e, em seguida, se desfiliou do PL. O outro é o ex-prefeito de Timbé do Sul, Roberto Biava, o Betinho (PP).
Se Betinho levar esse projeto adiante, ele será o candidato da situação e, por consequência, Eder, o de oposição.
A eleição para a presidência da Cersul aconteceu apenas em março de 2027, mas, tradicionalmente, dois anos antes da escolha do novo presidente já se iniciam como articulações objetivando a eleição da nova diretoria da cooperativa.
A prefeita de Sombrio, Gislaine Dias da Cunha (MDB), diz que não tem nenhuma pretensão de disputar a Assembleia Legislativa em 2026, como se comenta nos bastidores da política regional.
Tais especulações convergem para a filiação de Gislaine ao PL, partido pelo qual ela disputaria o cargo de deputada estadual no ano que vem.
Conforme a prefeita, nem uma coisa, nem outra, acontecerá. Ela permanecerá filiada ao MDB, concluindo seu mandato em dezembro de 2028.
Caso o governador Jorginho Mello (PL) seja reeleito, é provável que Gislaine Cunha faça parte de seu colegiado em 2029, ocupando eventualmente a pasta da Saúde, através da qual promoveria a projeção necessária para disputar o parlamento estadual em 2030.