Em princípio, caciques do MDB Estadual, prevendo uma possível chapa pura na disputar pelo Governo do Estado, prospectam a possibilidade de César compor como candidato a vice-governador, provavelmente do atual deputado federal, e presidente estadual do partido, Carlos Chiodini.
A deferência ao prefeito de Araranguá, por óbvio, deriva do fato de ele ter conquistado 86% dos votos dos eleitores de seu município em seu projeto de reeleição, no ano passado.
Por ora, César tem desviado do assunto, e ressaltado que seu único projeto político converge para a conclusão de seu mandato, em dezembro de 2028.
Ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) não descarta a possibilidade de disputar a Câmara dos Deputados ano que vem. Sem condições políticas para tentar uma nova candidatura majoritária com chances de eleição, seu foco deverá ser o parlamento federal.
Mesmo depois de ser destituído da presidência do Republicanos pelo comando nacional do partido, Carlos Moisés permaneceu na legenda.
No entanto, diante de uma candidatura a deputado federal, não há certeza quanto a sua permanência da legenda, já que ela será um dos principais pilares de apoio ao projeto de reeleição do governador Jorginho Mello, seu desafeto político.
Vale lembrar que o ex-governador é bastante próximo do MDB, por onde poderia recomeçar sua carreira política.
Finais
João Rodrigues se antecipou para se popularizar
O lançamento prematuro da pré-candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao Governo do Estado, ensaiado no último final de semana, e que deverá ser concretizado no próximo dia 22 de março, tem uma explicação bastante plausível: a necessidade que ele tem de popularizar seu nome por toda Santa Catarina, se quiser ter chances de vitória em seu projeto no ano que vem.
O fato é que João Rodrigues é bastante conhecido no Oeste catarinense, mas lhe falta capilaridade políticas nas demais regiões do Estado.
Boa parte dos catarinenses até já ouviram falar dele, mas, quando muito, sabem apenas que ele é o prefeito de Chapecó, não mais que isto.
É justamente por isto que João Rodrigues quer colocar o pé na estrada já a partir de março como pré-candidato ao governo.
A Lei Eleitoral lhe faculta este direito, desde que não peça votos até o período eleitoral, que se abrirá apenas na segunda quinzena de agosto de 2026.
Em princípio, seu principal adversário não será Jorginho Mello (PL), a quem ele pretende desalojar do comando do governo estadual.
Seu principal opositor, na verdade, deverá ser Décio Lima, provável candidato do PT ao governo catarinense ano que vem, o mesmo Décio que já disputou a governadoria do Estado em 2022.
Pela ordem natural dos fatores, Jorginho Mello deverá garantir sua presença no segundo turno da eleição estadual sem grandes problemas.
Ainda que seu governo não seja um mar de rosas, ele tem conseguido manter uma postura de estadista, conduzindo tanto questões políticas, quanto administrativas, sem grandes sobressaltos.
Por conta disto, é provável que consiga liderar uma robusta coligação, que lhe assegure a presença na segunda etapa da eleição.
A briga para chegar ao segundo turno com Jorginho ficaria, então, entre João Rodrigues e Décio Lima.
Ainda que Santa Catarina seja um Estado que esteja longe de se identificar com os ideários petistas, é bom lembrar que Décio foi para o segundo turno em 2022, deixando na poeira candidatos hipoteticamente mais fortes que ele, como foi o caso do então governador Carlos Moisés da Silva (Rep) e do senador Esperidião Amin (PP).
Por conta disto, João Rodrigues não pode menosprezar o peso da esquerda em Santa Catarina, se quiser atingir seu objetivo.
Seu grande dilema, no entanto, será fazer mais votos que a esquerda, sem falar mal da esquerda.
É que caso chegue ao segundo turno com Jorginho Mello, João Rodrigues precisará da adesão dos eleitores de Décio Lima a sua candidatura para derrotar o governador.
Em princípio, quanto mais candidatos ao Governo do Estado houver, maiores as chances de João Rodrigues ir para o segundo turno.
Por outro lado, caso haja poucas candidaturas ao governo, maiores as chances de Décio Lima arrebanhar eleitores com perfil de centro-esquerda até a extrema esquerda, já no primeiro turno, aumentando suas chances de disputar novamente o governo na segunda etapa da eleição.