O meio político de Santa Catarina continua se perguntando: quando será que o governador Jorginho Mello (PL) irá abrir os cofres de sua gestão para as prefeituras municipais? Passados 26 meses e meio de seu governo, Jorginho continua com o freio de mão puxado, ao tempo em que as reservas do Estado já estão próximas dos R$ 15 bilhões. A distribuição de apenas um terço deste valor já seria o suficiente para que Santa Catarina fosse transformada em um canteiro de obras, mas, por enquanto, nem sinal de que isto deverá acontecer.
Em nossa região há uma dezena de demandas que estão estancadas desde que o ex-governador Carlos Moisés da Silva (REP) deixou o poder. A pavimentação da rodovia Caminhos do Mar, em Balneário Gaivota, é a principal delas, sugerindo um investimento de R$ 40 milhões, em valores atuais, para que seja concluído um projeto que foi instigado e prometido pelo próprio Governo do Estado.
Outra obra ansiada, e objeto de muito discurso e pouca ação, é a ponte sobre o rio Araranguá, no distrito de Hercílio Luz. O governador já mandou emissários em Araranguá para resolver a questão, todos saíram bonitos na foto, et cetera e tal, mas dinheiro para a obra, que é bom, nada ainda.
A lista segue com a necessidade de conclusão do acesso Sul de Balneário Arroio do Silva; o alargamento da SC 447, entre Araranguá e Arroio; a pavimentação da Caminhos do Mar, em Passo de Torres; as pavimentações prometidas para Meleiro; o recapeamento da rodovia José Tiscoski, entre Sombrio e Jacinto Machado, e por aí afora.
O governador Jorginho nunca negou que fará tais investimentos, mas também em nenhum momento elencou quais obras, já conveniadas com as prefeituras pelo Governo do Estado, serão objeto de recebimento de recursos. O máximo que chega aos ouvidos dos prefeitos são conversas de bastidores. Para Gaivota, por exemplo, os emissários do governo disseram que serão liberados R$ 5 milhões para a Caminhos do Mar. O problema é que se trata de uma promessa que já se arrasta há mais de um ano, sem um desfecho favorável para o município. Enquanto isto, o negócio é esperar pela boa vontade do governador, algo que parece não ter lógica, diante de um governo que está com os cofres abarrotados de dinheiro.
Finais
Prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que é pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD, comemorou declaração feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no domingo, durante manifestação suprapartidária, no Rio de Janeiro, dando conta de que ele havia reatado relações políticas com o presidente nacional pessedista, Gilberto Kassab. A declaração de Bolsonaro tirou um grande peso das costas de João Rodrigues, pois o ex-presidente havia recomendado, no ano passado, que o PL não fizesse alianças com o PSD para disputar prefeituras nas eleições municipais. Isto se deu porque o PSD vinha votando a favor dos projetos do presidente Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional. Com a reaproximação de Bolsonaro e Kassab, João Rodrigues legitima seu discurso político, fortemente ligado ao espectro de direita, o que é fundamental para alguém que queira disputar o governo de Santa Catarina.
Por falar em João Rodrigues, o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), diz que estará em sua campanha para o Governo do Estado ano que vem. Salvaro descarta de forma veemente as especulações que dão conta que seu partido se aliará ao governador Jorginho Mello. De acordo com ele, as chances de o PSD apoiar o projeto de reeleição de Jorginho são de 0%.
Questionado sobre sua participação no pleito eleitoral do ano que vem, o ex-prefeito criciumense diz que fará questão disto, ressaltando que está à disposição de seu partido para disputar um cargo eletivo, dissimulando, no entanto, quando questionado sobre que cargo almeja. As especulações sobre o futuro político de Salvaro são extremamente voláteis, e o colocam em cenários que vão desde uma candidatura sua a deputado estadual, até a composição de uma dobradinha pura do PSD, com ele concorrendo como vice de João Rodrigues ao governo catarinense.
