O veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao PSD, caiu como uma luva para o governador Jorginho Mello (PL), que tem sofrido sistemática oposição do partido a sua gestão, desde os primeiros dias de governo. Ao dizer que não apoiará candidatos do PSD nas eleições municipais deste ano, Bolsonaro colocou o partido na vala comum, junto a outras legendas como o MDB e o PSDB, que fazem parte da base de apoio do presidente Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional.
O governador Jorginho capitaliza com esta posição de Bolsonaro, pois nitidamente o PSD fará oposição ao seu projeto de reeleição em 2026. Capitaneados pelo deputado estadual Júlio Garcia, os pessedistas tentarão reaglutinar a tríplice aliança idealizada pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB), justamente para apresentar a sociedade catarinense um candidato alternativo à figura de Jorginho Mello na próxima eleição estadual. Neste sentido, o PSD espera contar com o apoio do MDB e do PSDB ao seu projeto.
Levando adiante seu intento em Santa Catarina, o PSD tem usado da velha tática de bater e esconder a mão. Ao mesmo tempo em que alfineta o governador e sua gestão em todas as frentes, também apresenta alguns de seus líderes como sendo bolsonaristas de carteirinha, como é o caso do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Na prática, muitos líderes pessedistas se apresentam como bolsonaristas, mas não querem um governo, e tampouco um governador bolsonarista, o que não deixa de ser uma grande contradição.
Não à toa o veto do ex-presidente Bolsonaro veio em excelente hora. Se o PL e seus principais aliados se afastarem do PSD, fatalmente o partido deixará de eleger muitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em nosso Estado, figuras estas que são a base de qualquer eleição estadual. Afora isto, cada vez mais o PL passará a se tornar, de fato, o partido oficial do bolsonarismo em Santa Catarina, movimento social este que abocanhou 70% dos votos dos eleitores catarinenses das duas últimas eleições estaduais.
Finais
Ex-prefeito de Passo de Torres, Jonas Souza (MDB), que também é Coordenador Regional do MDB aqui no Extremo Sul Catarinense, e assessor do deputado estadual Tiago Zilli (MDB), tem mantido contato com lideranças de seu partido em seu município, como também com lideranças de outras legendas, objetivando a construção de uma aliança com vistas às eleições municipais deste ano. O MDB passotorrense vinha discutindo internamente a possibilidade de nutrir esforços, ou pela candidatura do vereador Renan Baltazar, ou pela candidatura do vereador Emerson Cardoso, o Fom, ao executivo municipal, ambos filiados ao partido. O problema é que o MDB acabou se dividindo em dois grupos bem distintos, com cada um deles apoiando ou a candidatura de Renan, ou a de Émerson, o que tem desgostado as bases da legenda. Por conta disto, cada vez mais o nome de Jonas tem surgido como uma alternativa de conciliação emedebistas, com maiores chances, também, de que um projeto timonado por ele tenha maior adesão de outros partidos.
E enquanto em todos os demais municípios de nossa região lideranças de oposição têm se articulado, para formar um grupo objetivando a conquista do executivo municipal, em Araranguá a apatia, neste sentido, é generalizada. Por ora, o prefeito César Antônio Cesar (MDB) sequer sabe quem, supostamente, será seu adversário. O PL, bola da vez no jogo político catarinense, já se aproximou de César, com vistas a engrossar seu grupo de apoiadores. O Progressistas, principal rival do MDB em Araranguá, ainda não mostrou indicativos com vistas a 2024, algo totalmente fora dos padrões, se levando em conta que faltam pouco mais de seis meses para a realização das convenções municipais. Até mesmo o PT, que está na obrigação moral de lançar candidato a prefeito no maior município de nossa região, também não apresentou ainda seu pré-candidato. Toda esta configuração só está servindo para fortalecer cada vez mais a figura de César Cesar, que, por enquanto, navega em águas tranquilas rumo a seu projeto de reeleição.