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Low-carb: uma opção para o tratamento da obesidade infantil?

Crianças que já apresentam sobrepeso ou obesidade podem se beneficiar de uma prática caracterizada pela restrição de açúcares e carboidratos refinados e pelo consumo de comidas de verdade

A obesidade é um problema que há décadas assola a população mundial. Trata-se de uma epidemia que aflige não apenas adultos, mas também crianças. Segundo dados da Federação Mundial da Obesidade, atualmente, são 42 milhões de crianças de 0 a 5 anos, no mundo inteiro, que estão acima do peso ou são obesas. No Brasil, de acordo com pesquisas do Ministério da Saúde, 12,9% da população infantil de 5 a 9 anos já sofrem dessa condição.

As causas da obesidade são múltiplas, incluindo fatores genéticos, ambientais, psicossociais e comportamentais. Não é possível ignorar, contudo, a alimentação como elemento-chave para o seu desenvolvimento. Vários estudos já demonstraram a utilidade da abordagem low-carb no manejo do sobrepeso e obesidade. Isto é de se esperar, tendo em vista que a prática alimentar se define pela restrição de açúcares e carboidratos refinados e preza pelo consumo de comidas de verdade - proteínas, gorduras naturais e vegetais de baixo amido.

“Estudos já demonstraram a eficácia da abordagem low-carb em adolescentes com obesidade e síndrome metabólica”, afirma o médico, diretor-presidente da Associação Brasileira LowCarb (ABLC), José Carlos Souto. Um estudo publicado ano passado no periódico científico Pediatrics, bem como a mais recente diretriz nutricional da Associação Americana do Diabetes, indicam que low-carb pode ser uma alternativa viável também para crianças diabéticas, desde que acompanhadas pelo endocrinologista pediátrico e por um nutricionista com experiência nesta área, diz Souto.

Souto destaca que a má alimentação é um fator importante para a ocorrência de obesidade, não apenas infantil, mas em todas as idades. Entendendo por má alimentação, segundo o médico, o consumo de alimentos altamente processados, com grande quantidade de açúcares e farinhas, que apresentam, normalmente, baixo valor nutricional. Entre esses produtos estão: biscoitos, cereais, balas, confeitos, bebidas como refrigerantes, e até mesmo os sucos de frutas mais comumente apreciados, como laranja e uva.

Conforme o diretor-presidente da ABLC, esses produtos tendem a fornecer altos níveis de energia, além de estimular o hormônio insulina, o que leva ao armazenamento de gordura. “Além disso, devido à baixa saciedade que conferem, uma dieta baseada nesse tipo de alimentos costuma favorecer o aumento da ingestão calórica e consequente ganho de peso”, explica.

Crianças saudáveis, sem sobrepeso, nem diabetes, por exemplo, não precisam fazer low carb, ou seja, podem consumir frutas e vegetais ricos em amido, e até mesmo arroz e feijão. A preocupação com a qualidade da comida, no entanto deve permanecer a mesma, e o papel dos pais é essencial.

Segundo o médico endocrinologista, diretor científico de Medicina da ABLC, Rodrigo Bomeny, eles devem ser os responsáveis por assegurar que as principais refeições em casa tenham como base alimentos como saladas, legumes, verduras, frutas, ovos, carne bovina, frango, peixe, para que as crianças possam adaptar o paladar ao consumo de comida natural. “Uma forma interessante de fazer isso é envolvê-las no preparo de receitas saudáveis, estimulando o contato delas com os ingredientes desde cedo”, sugere.

Como crianças tendem a repetir o comportamento dos pais, além de fazerem com que elas adotem uma dieta rica em comida natural, é recomendável, segundo a ABLC, que os adultos sigam essa prática alimentar. Nesse sentido, de acordo com o médico endocrinologista, evitar a compra e armazenamento de alimentos nutricionalmente pobres nos armários e geladeiras é uma boa prática.

É comum a alegação de que uma dieta baixa em carboidratos é pouco acessível à população brasileira. Na verdade, qualquer tipo de dieta pode ser feito com alimentos mais caros ou mais baratos. É possível adotar uma alimentação low carb com ovos, frango, carne de segunda, legumes e vegetais da estação, por um preço praticamente equivalente àquele necessário para adquirir produtos processados e industrializados. “Não é necessário comer filé mignon e salmão todos os dias para seguir uma alimentação pobre em carboidratos”, argumenta. De acordo com o médico, o que encarece as dietas costuma ser a inclusão de ingredientes exóticos da moda, e as chamadas “super foods”, que não são necessárias para uma alimentação saudável, seja ela low-carb ou não. “Low-carb se faz com feira e açougue”, diz Souto.

Vale destacar que, de acordo com normas da Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), até os 6 meses de idade, a criança deve ser alimentada exclusivamente pelo leite materno. Apenas depois desse período, alimentos complementares começam a fazer parte da dieta.

Cartilha alimentar infantil

Um dos propósitos da ABLC é divulgar conhecimento científico e propagar informações sobre a saúde, alimentação e qualidade de vida à sociedade. Diante de um cenário em que a obesidade em crianças se torna uma questão preocupante, muitos pais e professores solicitaram à associação um material para auxiliar as crianças no aprendizado a respeito de uma alimentação saudável.

Nesse sentido, a ABLC vem desenvolvendo a Cartilha Alimentar Infantil, cujo objetivo é fornecer informações a respeito de uma alimentação saudável baseada em comida de verdade, segundo os princípios do Guia Alimentar Brasileiro. Além de material de suporte para pais e professores com referências científicas sobre o assunto, a cartilha apresentará uma história infantil ilustrada.

 

Texto: Patrícia Jimenes/Assessoria de Imprensa Associação Brasileira Low Carb (ABLC)

Foto: Reprodução/Internet

 

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