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1917: A beleza da arte por trás de um filme de guerra

Você não precisa ter muita noção de história pra saber que a Primeira Guerra Mundial não teve grandes “vilões” e foi marcada por polêmicas mudanças  políticas, o que significa que ela também foi uma enorme confusão, algo que faz com que contar partes de sua história no cinema não seja uma tarefa tão simples. Essa tarefa se complica ainda mais quando você leva em consideração a quantidade de filmes relatando diferentes eventos que transcorreram durante os 4 anos de guerra. Sam Mendes sabia disso e nos entregou um filme intenso e imersivo com uma técnica de direção que junto à perfeita fotografia e design de produção, tornaram o filme praticamente perfeito.

A história é simples, Blake e Schofield são encarregados de entregar uma mensagem a um batalhão aliado em menos de um dia, eles estão prestes a cair em uma armadilha alemã e todos os 1600 soldados serão mortos no confronto, entre eles está o irmão de Blake. Os dois soldados partem em uma missão que precisa ser cumprida, mas que ambos podem não sobreviver até o fim do trajeto, uma vez que eles estão entrando em território de ninguém.

  

 

Então, assunto importante! A fotografia de 1917 é uma das mais lindas que já vi. Pode não ter ficado claro por aqui ainda, mas eu sou apaixonada por planos sequências e o longa é feito como se houvesse apenas um corte real, que acontece justamente durante uma passagem de tempo. Roger Deakins já havia trabalhado com Mendes antes e alguns anos atrás levou o Oscar de Fotografia por Blade Runner 2049, outro filme com uma fotografia absolutamente perfeita e que intensificou a opinião geral de que ele é o melhor diretor de foto que existe. Aqui, sua missão era bem diferente, nos fazer acreditar que durante as duas horas de filme existe apenas 1 corte, e deixe eu te dizer: ele consegue. É claro que se você entende um pouco de técnica cinematográfica, vai perceber em alguns momentos como a transição entre cenas acontece, com objetos passando muito próximos da câmera e efeitos digitais, mas mesmo os percebendo a precisão da técnica de Deakins é impressionante. É justamente essa câmera que nos torna completamente imersos à história, ela te conduz com os personagens e sem nem perceber você se vê completamente preso ao filme. Uma das cenas em que a fotografia mais chamou atenção é também uma das especialidades de Deakins, ao ver as ruínas de uma cidade em chamas você pode se questionar se realmente deveria estar achando aquela cena tão bonita mesmo com tamanha destruição. Mas a beleza dessa cena não fica apenas a cargo da fotografia, é aí que entra o design de produção, tão bem produzido quanto a fotografia. O filme inteiro é um cenário de guerra, então Blake e Schofield percorrem um percurso onde a destruição foi se alastrando, desde trincheiras e enorme armamento deixado para trás até dezenas de árvores caídas e animais mortos. Todo detalhe em 1917 foi meticulosamente pensado e projetado, fazendo com que Mendes nos entregasse um filme de guerra fora dos padrões e inovador. Ele soube unir arte e guerra de forma bonita e sem romantizar os conflitos e as mortes causadas durante ela. Mendes nos entrega um filme real, meticuloso, tenso e comovente, daqueles que assistir nos cinemas faz toda a diferença.

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