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Resenha: O Conto da Aia – Margaret Atwood

Sinopse: O romance distópico O conto da aia, de Margaret Atwood, se passa num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa. Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no Muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos. Para merecer esse destino, não é preciso fazer muita coisa – basta, por exemplo, cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime, como “liberdade”. Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. O nome dessa república é Gilead, mas já foi Estados Unidos da América. As mulheres de Gilead não têm direitos. Elas são divididas em categorias, cada qual com uma função muito específica no Estado. A Offred coube a categoria de aia, o que significa pertencer ao governo e existir unicamente para procriar, depois que uma catástrofe nuclear tornou estéril um grande número de pessoas. E sem dúvida, ainda que vigiada dia e noite e ceifada em seus direitos mais básicos, o destino de uma aia ainda é melhor que o das não-mulheres, como são chamadas aquelas que não podem ter filhos, as homossexuais, viúvas e feministas, condenadas a trabalhos forçados nas colônias, lugares onde o nível de radiação é mortífero.

Um dos motivos que me fez querer ler O conto da Aia foi todo o burburinho no mundo literário que o mesmo causou, lembro de assistir a algumas resenhas no youtube e os leitores chorarem ao contar a referida estória. A curiosidade foi tamanha que quando consegui adquirir um exemplar, comecei a ler no mesmo momento – embora conclui em alguns dias em razão de tamanha força de conteúdo emocional escrito.

O conto da Aia é uma distopia, nos traz um mundo diferente, onde mulheres não possuem direitos ou segurança, pela sinopse acima descrita é possível perceber que é uma ditadura, voltada principalmente à privações femininas e a todos aqueles do sexo masculino que também possuem pensamentos e/ou atitudes contrárias as permitidas naquele cenário. Os EUA estavam vivendo perfeitamente bem, até que o presidente e toda sua cúpula foram assassinados por um grupo cristão fundamentalista que instauram em pouco tempo uma ditadura nunca antes vista.

O livro é repleto de emoção, Offred, nossa personagem principal, nos conta a história através de sua perspectiva, sendo uma Aia, ou seja: uma mulher criada para procriação, indo de casa em casa e permanecendo nela até conceber um filho ao casal e depois reenviada a outro lar necessitado.

No entanto, o que causou o rebuliço é o fato de que muitas coisas que antecederam a grande catástrofe são situações que ocorrem atualmente (lembrem-se: o livro foi escrito 1985, e a escritora tinha uma visão de mundo atual ABSURDAMENTE semelhante à hoje, em pleno 2020), causando uma ideia de “livro profético”, pois demonstram que podemos chegar a realidade utópica demonstrada em O conto da Aia facilmente, sendo que nas demais distopias – como jogos vorazes – não conseguimos imaginar nenhuma possibilidade de chegar aquela situação.

Eu, como leitora tentei esquecer as questões atuais políticas enquanto lia o livro, uma vez que a autora não sabia como seriam os tempos quase 40 anos após a publicação. Mas, as emoções foram sentidas de forma ampla, pois a autora, Margaret, consegue transparecer tudo através de simples palavras. O livro é confuso na introdução pois Offred nos conta coisas atuais junto de lembranças de sua vida antes dos assassinatos e durante os treinamentos para se tornar uma Aia, mas em poucos capítulos nos acostumamos com a forma de escrever da autora e com os pensamentos da personagem e a leitura flui tranquilamente. Cheio de detalhes, sentimentos e diálogos que causam uma dor e tristeza ao imaginar o mundo naquela situação, recomento a leitura a todos aqueles que gostam de uma boa distopia, bem fundamentada e, que gostam de emocionar com personagens ricas em descrição, cenários e diálogos muito bem construídos.

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