Deputado federal do PL de São Paulo, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diz que pedirá asilo político nos Estados Unidos, onde se encontra com a família desde o final de fevereiro. De acordo com ele, esta decisão se dá com base no temor de retaliações, por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a sua atuação política.
Há três semanas, os deputados federais petistas Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG) impetraram uma ação criminal em desfavor de Eduardo, o acusando de conspirar contra instituições brasileiras nos Estados Unidos. A ação solicita que o passaporte do parlamentar seja apreendido, de modo a fazer com que ele não possa mais voltar àquele país.
Em suas últimas incursões nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro se reuniu com gestores de instituições públicas, com políticos, e com jornalistas, ocasiões estas em que teceu duras críticas ao Supremo Tribunal Federal, e especialmente ao ministro Alexandre de Moraes. A tese do deputado é a de que o Brasil não vive mais em uma democracia, e sim em uma ditatura do judiciário. Conforme ele, a liberdade de expressão deixou de existir no país, e nem mesmo um deputado tem mais o direito de expressar o que pensa, sem se preocupar com sanções vindas do STF.
No jogo político, a decisão de Eduardo de se alto exilar põe ainda mais lenha na fogueira da direita brasileira, que vem tentando se entender para disputar unida a eleição presidencial do ano que vem. Sua situação, aliada a manutenção das prisões dos acusados de atos golpistas, em 8 de janeiro de 2023; como também a ameaça de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, suposto idealizador de um golpe de Estado, é o nitrogênio que a direita precisa para acelerar sua locomotiva oposicionista.
O autoexílio de Eduardo Bolsonaro também é um claro indicativo que nenhum membro de sua família irá disputar a Presidência da República ano que vem. Seu pai está com os direitos políticos cassados até 2030. Seus outros irmãos não têm a empatia necessária para uma eleição nacional. Sua madrasta, Michele, não tem a experiência necessária para escapar das punhaladas que seus próprios aliados lhe dariam ao longo do período pré-eleitoral, e sua pretensa candidatura, de forma natural, se esvairia.
Pelo andar da carruagem, Jair Bolsonaro deve apostar suas fichas no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Rep), para enfrentar a esquerda no ano que vem, na disputa pela Presidência da República. O vice pode ser o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (PSD), ou o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Tudo isto, no entanto, é mero raciocínio lógico, mas como se sabe, em política o fígado acaba tendo mais valor do que o cérebro.
Finais
De todo modo, se o cérebro da direita funcionar, e Tarcísio de Freitas for de fato candidato a Presidência da República, restaria saber se ele concorreria pelo Republicanos, seu atual partido, ou se migraria para o PL de Jair Bolsonaro, de quem já foi ministro dos Transportes. Em princípio, a lógica sugere a mudança de partido, o que faria com que ele caísse nas graças dos bolsonaristas mais aguerridos. Sempre convém lembrar que Tarcísio é militar, assim como Bolsonaro. Mais que isto, ambos são oriundos da Academia Militar das Agulhas Negras. Não lhes falta afinidade, e nem tampouco vontade de voltar a comandar o Brasil.
E o PL de nossa região está discutindo a possibilidade de lançar um candidato a deputado estadual, a exemplo do que já fez em 2022, quando a advogada Andresa Ribeiro, de Araranguá, concorreu à Assembleia Legislativa pelo partido. O governador Jorginho Mello, que é o presidente estadual da legenda, já convidou a prefeita de Sombrio, Gislaine Dias da Cunha (MDB), para se filiar no partido e concorrer ao parlamento estadual. Por ora, ela agradeceu o convite e disse que pretende continuar à frente do Executivo Municipal sombriense.
Neste momento, no que diz respeito a uma candidatura a deputado estadual, a bola está quicando para que o Coordenador Regional do PL, André Fernandes Coelho, a chute.