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Política

Primeiro Segundo

AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIA NÃO É EVIDÊNCIA DE AUSÊNCIA

AS URNAS ELETRÔNICAS E A CIÊNCIA

A frase que compõe o enunciado de nossa coluna hoje é de autoria de Carl Sagan (1934-1996), famoso astrofísico norte-americano, que, além de atuar como astrônomo, era cosmólogo, astrofísico, astrobiólogo, entusiasta e divulgador da ciência. Em uma de suas obras, escrita em 1995 e intitulada “O Mundo Assombrado por Demônios”, o autor fez previsões sobre o futuro das sociedades modernas, afirmando que o excesso de tecnologia acarretaria a estupidificação das pessoas. Era uma previsão pessimista, alarmante e parecia improvável na época. Hoje estamos em vias de comprová-la.

Suas palavras transformaram-se em um vaticínio e facilmente podemos constatar como as tecnologias digitais evoluíram, a ponto de substituir o discernimento e a capacidade de escolha do indivíduo moderno. As pessoas, de um modo geral, perderam sua identidade e a substituíram por um comportamento massificado, através de um senso estético comum. As redes sociais passaram a determinar padrões artificiais de conduta e os usuários começaram a se preocupar mais do que deveriam com a sua aparência e a ostentação de seus costumes, algo evidenciado, talvez, pela facilidade que todos têm de se expor com um simples toque de um botão. A internet tornou as pessoas frívolas. Ponto para Sagan.

Por outro lado, esta mesma tecnologia trouxe a rapidez na obtenção de informações e evidenciou para toda a sociedade a possibilidade de se recorrer a fontes alternativas e independentes de notícias. Passamos a ser informados em tempo real por pessoas que não integram os grandes cartéis de imprensa. Rompeu-se com o monopólio da notícia e com o controle da verdade. A mentalidade coletiva não é mais produto direto de engenharia social. Atualmente, descobrimos como a grande imprensa é e provavelmente sempre foi tendenciosa e manipuladora. Ponto para nós.

E assim, chegamos a um assunto claro, bastante atual e que se torna o ponto crucial de nossa abordagem: a forma como as autoridades se reportam às urnas eletrônicas. O principal viés utilizado para justificar o emprego destas urnas é a tão divulgada “ausência de evidências” que comprovariam fraude em eleições passadas. Repetem isto como se fosse um mantra, uma verdade acima de qualquer questão. Porém, esquecem-se daquele princípio básico, divulgado por Carl Sagan e reconhecido por toda a comunidade científica, de que a simples ausência de provas não significa que elas não existam, mas tão somente a possibilidade de que não tenhamos conseguido encontrá-las.

Realmente a ausência de evidência não é evidência de ausência no mundo todo, princípio elementar da ciência. Exceto para o TSE, seus especialistas e toda a grande imprensa. Fato é que as verdades que sustentam o emprego das urnas eletrônicas sem voto impresso são frágeis e precisam ser repensadas. A própria ciência as destitui. Nós sabemos disto graças a Carl Sagan. Ponto para ele. E para nós.

TENTARAM NOVAMENTE

Na última segunda-feira, 22, assistimos ao vivo ao presidente da república ser entrevistado em um jornal televisivo em horário nobre. Era para ser uma entrevista sobre suas propostas eleitorais, a estreia de um quadro de sabatina a candidatos à presidência. Acabou transformando-se em um crime.

Bolsonaro sofreu sua segunda tentativa de assassinato. Assassinato de reputação, de moral, de credibilidade. Um ataque à sua índole.

Felizmente, outra tentativa frustrada.

O presidente sobreviveu ao ardil. Parece até ter ignorado a perseguição que sofrera. Mas os demais órgãos de imprensa não podem esquecer, nem permitir que tamanha afronta permaneça indene. É sob a ótica da ética jornalística que este assunto precisa ser abordado.

Poderia ter sido uma segunda-feira normal, uma entrevista normal. Acabou entrando para o panteão da memória da democracia, como um dos acontecimentos mais decadentes da história do jornalismo político brasileiro.

SOBRE O DEBATE DESTE DOMINGO, UMA CURIOSIDADE

Ficou evidente a postura adotada pelos candidatos na base do “todos contra um”. Bolsonaro levou alfinetada o tempo todo dos candidatos presentes e até dos jornalistas. Normal. Mas não é o Lula que está na frente das pesquisas? Não deveria, então, ser ele o alvo? Por que nós deveríamos acreditar em pesquisas, se nem eles próprios acreditam?

“O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma”
Albert Einstein (1879-1955)

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